sábado, 6 de junho de 2009

Heinrich Nordhoff - A "alavanca" do Volks







Heinrich Nordhoff, aquele que mais do que ninguém foi o arquiteto do sucesso pós-guerra do Volks, nasceu em Hildesheim, no dia 6 de janeiro de 1899. Ele se formou na Universidade Técnica de Charlottenburg em Berlim, em 1927, e começou sua carreira como aprendiz na BMW. Nordhoff mudou-se para a Opel em Russelsheim, onde começou a mostrar sua habilidade, subindo constantemente na hierarquia da companhia. Trabalhar era a paixão de Nordhoff e isso aflorou seu espírito competitivo. Trabalhar na Opel, ele mais tarde revelou, parecia para ele “mais como um esporte, no qual cada um quer exibir suas próprias habilidades.
Nos anos 30, a Opel era de propriedade da gigante americana General Motors, e Nordhoff visitou a América para estudar técnicas de produção em massa. Na hora em que a guerra começou, Nordhoff chegou em nível de diretoria, sendo promovido diretor de administração da divisão de caminhões da Opel em Brandenburgo – a maior fábrica de caminhões da Europa. Quando a guerra acabou, esta fábrica caiu no setor americano, o que causou grandes dificuldades a Nordhoff. Ele tinha sido condecorado com honras pelo regime nazista, e os americanos tinham uma política severa de não dar cargos importantes para ninguém manchado com uma insinuação do nazismo. Além disso, eles estavam bravos com o fato de que uma fábrica americana tivesse sido usada para fazer veículos militares. Não havia futuro para Nordhoff no setor americano e, por anos, ele teve problemas em ganhar dinheiro suficiente para viver.
Felizmente para ele, os regulamentos britânicos não o proibiam de assumir uma posição no setor deles. Nordhoff estava se aproximando dos 50 anos de idade quando aceitou o emprego de diretor-geral em Wolfsburg. Era uma decisão mais difícil do que parecia, porque, como muitos outros da época, Nordhoff tinha sérias ressalvas a respeito do futuro do Volkswagen.
Nordhoff nunca tinha dirigido um Volks quando aceitou o emprego. Quando o fez, começou a formar uma opinião sobre as chances de sucesso do Volks. Depois de sua primeira volta, ele exclamou: “Isto não é um carro comum ou de jardim. Este carro é algo fora do comum, ele tem personalidade!”.
À medida que as personalidades se foram, Nordhoff estampou seu próprio caráter forte em Wolfsburg. Ele dirigiu a fábrica como um patriarca, infeliz para aceitar críticas, mas sensível às condições de seus empregados. A porta de sua sala estava aberta para qualquer um e em 1954 ele comentou:
“O valor de uma organização industrial não está nos prédios e máquinas, no capital e nas contas em bancos, mas no espírito pelo qual as milhares de pessoas que trabalham nela tomam iniciativas em suas funções. Você pode construir fábricas tão grandes e impressionantes quanto quiser, contanto que tenha o dinheiro. Mas você não pode comprar o espírito de uma organização nem com todo o dinheiro do mundo – tem que criá-lo por você mesmo.”
Com infinita determinação e energia, Nordhoff se fixou em seu alvo, o de lapidar o diamante bruto que Ferdinand Porsche tinha deixado de herança para ele e, fazendo isso, ele também atingiu seu objetivo de transformar a companhia Volkswagen numa importante competidora da economia alemã. Em agosto de 1955, na ocasião da produção do milionésimo Volks, Nordhoff foi condecorado com a Gran Order of Merit with Star, a maior distinção da República Alemã.
Embora o Volks tivesse lhe dado muitos amigos, o estilo intransigente de Nordhoff rendeu-lhe inimigos também. Seu conservadorismo inato o fez relutante à diversidade, fazendo com que a VW se tornasse fortemente dependente do Volks. Ele entrava em conflito frequentemente com a mídia e o governo, impacientemente, rejeitando o conselho deles. O estresse resultou em úlceras no estômago, que precisaram de cirurgia em 1958, e em um sério ataque do coração que ele sofreu em 1967.
Naquele momento o controle da VW estava começando a escorregar das mãos de Nordhoff. Foi negada a ele a chance de eleger seu sucessor e ofereceram-lhe a posição de presidente honorário, que o deixaria com um falso controle sobre a companhia que ele tinha comando por tanto tempo. Mas antes dele ter de decidir se aceitava o ultraje da oferta, sofreu um fatal ataque do coração e morreu, com 69 anos, em 12 de abril de 1968.

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